Com forte aumento da procura por trabalho, a taxa de desemprego subiu para 8,9% no terceiro trimestre em todo o país – acima dos 6,8% do mesmo mês do ano passado e a maior taxa da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012. Para economistas, a taxa vai superar 10% em 2016. É o que preveem as consultorias como MB e Rosenberg.
Uma taxa de dois dígitos já é realidade em 11 capitais, como Salvador (16,1%); São Luís (14,7%); e Macapá (13,9%). No município de São Paulo, era de 8,1%. O desemprego cresceu em 22 das 27 unidades da Federação, com destaque para a Bahia. No recorte por regiões, a maior taxa de desemprego está no Nordeste (10,8%), mas a piora foi mais intensa no Sudeste: de 6,9% para 9% no período de um ano.
Com a recessão, as empresas do setor privado cortaram 1,24 milhão de empregos formais no terceiro trimestre em todo o país em comparação ao mesmo período do ano passado. Parte desses demitidos migrou para a informalidade, trabalhando por conta própria (pintores, camelôs, por exemplo). São 760 mil pessoas a mais trabalhando por conta própria no país.
O problema é que o rendimento é, em geral, menor no trabalho informal, além de não haver garantias trabalhistas. E, com a perda da estabilidade, mais membros da famílias buscaram emprego. Assim, 9 milhões de pessoas procuraram emprego e não encontraram de julho a setembro. É uma aumento de 33,9% em relação ao mesmo período de 2014 -ou 2,27 milhões de pessoas a mais.
Da massa de desempregados, a maioria são mulheres (51,2%), de 25 a 39 anos (37%) e de baixa escolaridade (25,9% não tinham ensino fundamental completo). O perfil não mudou nos últimos anos. A pesquisa mostra que a taxa de desemprego é maior entre os jovens de 18 a 24 anos (19,7%), acima da média do período (8,9%). A taxa cresceu rapidamente: era de 14,1% um ano atrás.
O rendimento real ficou estável na comparação anual e teve queda de 1,2% em relação ao segundo trimestre deste ano, para R$ 1.889.




