Ficou muito difícil de imaginar como o próximo governo vai se virar sem aumentar impostos em 2015. Não se trata apenas de aumentar a carga tributária, devido à formalização da economia: mais gente e empresa pagam imposto, mesmo sem aumento de alíquotas ou criação de tributos. O caso agora seria de aumentar alíquota (o "porcentual"), de criar ou recriar imposto.
Foram horríveis os números do balanço do governo. O governo está no vermelho, com deficit, como não se via desde 2006. O deficit foi a mais de 4% do PIB, no acumulado de 12 meses até agosto. A dívida pública cresceu de 33,6% do PIB no final de 2013 para 35,9% em agosto passado.
Considere-se ainda que o deficit cresceu mesmo com o gasto com juros da dívida pública descendo ao nível mais baixo em pelo menos uma década, embora tal despesa ainda esteja na casa indecente de 5% do PIB por ano. A "poupança" do governo é a mais baixa em 13 anos.
Pois bem. O gasto com juros não ficará menor, pelo menos, sendo muito otimista. A arrecadação federal não crescerá grande coisa em 2015, tudo mais constante, pois a economia crescerá muito pouco.
No curto prazo, um, dois anos, vai ser difícil matar essa bola de neve no peito sem um aumento de impostos e, claro, um aumento de impostos acompanhado de um compromisso formal de abatimento do deficit e de controle de gastos. Como? Talvez com a volta de algum tipo de CPMF. Da volta da Cide, imposto sobre combustíveis, que serve para regular preços de forma mais racional, mas que pode engordar o caixa.




