Volkswagen e General Motors começaram a semana anunciando paralisação de produção e afastamento de funcionários por tempo indeterminado. Ontem, a montadora alemã paralisou a produção da fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, dando férias coletivas aos 8 mil trabalhadores da linha. A informação é do sindicato dos metalúrgicos da região. A medida vai durar dez dias, como forma de reduzir estoques e adequar a produção. Na fábrica da montadora em Taubaté, outros 370 trabalhadores já estão afastados em regime de lay-off. Questionada sobre a possibilidade demissões, a informação é que a categoria tem acordo de estabilidade com a empresa até 2019.
Em São Caetano, o Sindicato dos metalúrgicos da cidade afirmou ter sido avisado pela GM que 467 trabalhadores entram em licença remunerada a partir de hoje, por prazo indeterminado. A montadora já tem mais de 800 trabalhadores afastados em regime de lay-off, que têm retorno previsto para 9 de junho. Segundo a entidade, será realizada reunião, na quarta-feira, com a montadora para discutir as medidas de ajuste implementadas. "Vamos conversar para evitar que haja demissões." A produção da fábrica deve cair de 55 para 38 veículos por hora. Procurada, a Volks não quis comentar a medida ou falar sobre as condições do estoque, apenas afirmou que faz uso de "ferramentas de flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado". A GM, por sua vez, não teve porta-voz disponível para confirmar a medida. A GM e a Volks estão entre as três maiores montadoras do país em vendas de automóveis. Sozinhas, as duas responderam por 33% dos licenciamentos registrados no primeiro trimestre deste ano, conforme levantamento feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O setor tem sofrido forte impacto do desaquecimento da economia brasileira e deve ter queda ainda neste ano. Após um primeiro trimestre ruim, a Anfavea revisou a previsão de estabilidade nas vendas para queda de 13,2% em 2015. As duas montadoras não são as únicas com trabalhadores afastados como forma de adequação da produção ao mercado de veículos. Ainda na região do ABC, a Ford tem 424 funcionários em banco de horas, e a GM está com 850 trabalhadores afastados em lay-off, que vai até o mês de julho. No segmento de pesados, a fábrica da Mercedes-Benz tem 715 trabalhadores em lay-off desde junho do ano passado. A Scania, por sua vez, eventualmente faz paralisações diárias na produção - chamadas de stop day.
