O ritmo morno da economia levou indústrias de diferentes áreas, especialmente dos setores de eletrodomésticos e de motocicletas, a dar férias coletivas aos empregados a partir deste mês. Além disso, os feriados previstos para a Copa também têm efeito na indústria. Desde segunda-feira, a Electrolux colocou em férias coletivas cerca de 4.600 dos 8.600 funcionários de suas três fábricas no país — localizadas em Curitiba, São Carlos (SP) e Manaus. As paralisações vão variar de 10 a 30 dias. De acordo com a empresa, a decisão de reduzir a produção se deve à “economia desacelerada e à Copa do Mundo”. A Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp, também colocou funcionários em férias coletivas.
Levantamento junto a 550 empresas do setor feito pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) constatou que 58% delas preveem perdas na produção por causa dos horários diferenciados dos jogos da Copa. E que um terço delas programou “jornada especial” para os dias das partidas a fim de “amenizar as perdas”.
Na Whirlpool, todo o pessoal do setor administrativo das quatro fábricas da empresa no país — localizadas em Manaus, Joinville, Rio Claro e São Paulo — ficará parado entre os dias 12 e 25 deste mês. Na fábrica da Whirlpool da Zona Franca de Manaus, as férias coletivas, que sazonalmente ocorrem em julho, foram antecipadas para o dia 9, com volta prevista só para 8 julho. Em Rio Claro, a parada vai de de 16 a 25, e em Joinville, de 12 a 25. Ao todo, um terço dos cerca de cinco mil empregados da empresa terá férias neste mês.
NAS MONTADORAS, 20 MIL AFETADOS
As paralisações na produção de eletrodomésticos ocorrem menos de dois meses depois de as principais montadoras do país darem um freio de arrumação para ajustar a produção ao ritmo fraco das vendas. O desempenho do setor foi afetado pelo desaquecimento do mercado interno e pelos problemas econômicos da Argentina, o principal destino das exportações brasileiras de veículos.
Com estoques em alta, as empresas passaram a alternar medidas para adequar a produção: antecipação de férias coletivas, suspensão temporária de contratos de trabalho (o chamado lay off) e antecipação de folgas foram medidas adotadas para evitar demissões. Ao todo, mais de 20 mil trabalhadores foram afetados.
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) no primeiro trimestre mostrou forte acúmulo de estoques, com impacto de 1,1 ponto percentual na taxa de crescimento da economia, que foi de 0,2%. Ou seja, se não fosse o acúmulo de estoques, o PIB teria recuado 0,9%.
(Fonte consultada: O Globo)



