A magnitude da contribuição, porém, é alvo de controvérsias. Para alguns analistas depende da evolução ainda incerta da taxa de câmbio e da recuperação da demanda doméstica. As exportações de bens e serviços dentro do PIB, que caíram sistematicamente ao longo de 2016 devido principalmente à apreciação cambial, voltaram a crescer no início deste ano, com alta de 4,8% no primeiro trimestre contra o trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. A expansão foi superior às importações, que cresceram 1,8% no mesmo critério de comparação.
A contribuição positiva do setor externo ajudou a compensar a retração da demanda doméstica, aponta boletim do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “A relevância do setor externo para o resultado do primeiro trimestre de 2017 ficou bastante nítida no primeiro trimestre”, avalia Rafael Cagnin, economista do Iedi.
Na comparação anualizada, as exportações, depois de levar um tombo de 7,6% no último trimestre do ano passado, voltaram a crescer, com alta de 1,9% nos primeiros três meses de 2017, compensando parcialmente a forte elevação das importações, de 9,8% na mesma comparação. A taxa de crescimento dos desembarques, diz boletim do Iedi, reflete tanto bases muito baixas de comparação, como um estágio menos agudo da crise, favorecendo a importação de alguns bens, como de intermediários. Para Cagnin, há todos os elementos para que o setor externo traga contribuição positiva para o ano dada a reação das exportações no primeiro trimestre.
Ele pondera, porém, que o resultado depende do que vai acontecer com o preço das commodities, que alavanca o volume no embarque de bá sicos, e com o câmbio e seus efeitos no esforço do setor manufaturado em ocupar a capacidade ociosa com produção para exportação. Em 2015 o setor externo contribuiu de forma positiva com 2,6 pontos percentuais para o total da riqueza produzida no país. No ano passado essa ajuda foi positiva ainda, mas caiu para 1,7 ponto percentual.