Em média, homens adiaram em um ano sua aposentadoria e conseguiram obter um benefício até 49% maior do que os que usaram o fator previdenciário, segundo balanço feito pelo INSS .
Entre mulheres, a espera foi maior -2 anos-, mas o ganho no valor da aposentadoria foi de até 81% em relação às que usaram o fator.
A vantagem é significativa também em relação ao ganho de cerca de 7% ao ano que uma mesma pessoa obtém ao esperar mais tempo para usar o fator previdenciário.
Isso ocorre porque a nova fórmula garante benefício integral a quem atinge os pontos necessários. Antes de julho de 2015, o fator previdenciário reduzia o valor total do benefício.
Uma mulher, por exemplo, com 32 anos de contribuição e 53 anos de idade pode receber perto de R$ 5.500 se tiver contribuído pelo teto do INSS.
Sem a fórmula 85/95, o valor seria reduzido pelo fator previdenciário de 0,544, ou seja, receberia R$ 3.009,03.
A brecha aberta pela fórmula criou uma "elite dentro da elite" -os que se aposentam hoje por tempo de contribuição, sem exigência de idade mínima.
De janeiro a maio de 2017, o valor médio recebido por quem chegou à soma de pontos foi R$ 2.937,31 (ambos os gêneros), 45% acima dos R$ 2.021,55 de quem usou o fator previdenciário.
abismo maior
A regra elevou ainda mais a desigualdade entre os brasileiros mais ricos, com mais acesso ao trabalho formal, e os sujeitos a trabalho com vínculos mais precários, que se aposentam por idade.
Quando se comparam as fatias extremas, a aposentadoria pelo fator 85/95 chega a ser o triplo da por idade (na média de 2015). Desde que a fórmula foi criada, o benefício médio foi 2,5 vezes o de quem se aposenta por idade.